30 de jun. de 2011

Interior do Paraná



Como a maioria de vocês já sabem sou engenheira florestal e viajante de coração. A minha profissão exige que muitas vezes eu deixe o cargo de engenheira de laboratório (escritório) e vá para o campo. E sabe que não é má ideia? 

Moro em Curitiba há 3 anos mas nunca conheci o interior do Paraná ( confesso minha queda por Santa Catarina) mas eis que surgiu a grande oportunidade, tinha que fazer coleta de dados pra minha dissertação e a viagem caiu como uma luva.

Foi quase 2000 km percorridos descendo a serra, passando por mata nativa, florestas plantadas que foi mudando gradativamente até chegar no Oeste do Paraná. No Oeste a paisagem é outra, o terreno é como uma folha de papel, lisinha coberta por grandes produções de soja, milho e trigo. 



Assim como a paisagem natural, as cidades vão mudando e não se pode negar a influência das diversas etnias que compõe o Estado. As marcas são fortemente registradas através da arquitetura das casas, símbolos, alimentação e em outros casos basta olhar pro fenótipo do indivíduo.

Carambeí e Castro




A primeira parada foi nas cidades de Castro e Carambeí, ambas foram colonizadas por imigrantes vindos de diversas partes da Europa como Suíça, Itália e Alemanha mas o que 
ficou marcante foi a herança deixada pelos imigrantes holandeses que se instalaram nesta região e este ano tem a comemoração do seu centenário. A economia gira em torno da agropecuária e em Carambeí está instalada a Cooperativa Batavo fundada por estes imigrantes holandeses que trabalham com grãos mas principalmente com produção leiteira. 

Já a cidade de Castro ficou conhecida como a "Rota dos Tropeiros" e está desenvolvendo seu potencial turístico devido a um relevo privilegiado, campos limpos e extensos além ser próximo ao famoso Canyon Guartelá.


Entre Rios (Guarapuava)

Você sabia que de que cada 3 chopes comercializados no Brasil 1 deles vem desta região?
 Entre Rios é um distrito do município de Guarapuava composto por 5 colônias germânicas que tem sua economia voltada para produção do malte de cevada (16% da produção total do país) e agricultura. Por aqui você pode treinar seu alemão, Guten Morgen (Bom dia), Danke (obrigada) e Entschuldigung pedir licença para continuar falando português mesmo.
As colônias foram fundadas pela maioria de acedência germânica e fundaram a Cooperativa Agrária que hoje serve de exemplo para muitas cooperativas do país.

Ao chegar na colônia é nitidamente visível o poder aquisitivo desta população que cresceu em torno da Cooperativa. São vilas de interior, pequenas, sem muito comércio mas com uma estrutura (escola, hospital, posto policial) privilegiada quando comparada a maioria de outras pequenas cidades brasileiras.

A colônia está aberta para receber o turista e começando timidamente com o turismo rural na região. Algumas confeitarias começaram a  surgir, assim como casa de chopes produzidos com malte da área. Para que aprecia orquídeas tem um orquidário particular de uma senhora alemã que possui aproximadamente 2000 espécies de orquídeas tanto nativa quanto exóticas, é uma bela coleção.

Ficamos hospedados em uma aconchegante pousada alemã que serve um delicioso café da manhã:  Pousada Vollweiter





Campo Mourão

Munícipio Agrícola entre Cascavel e Maringá. É uma cidade de porte médio, arborizada com belas árvores de pau-ferro e muito conhecida pelo seu famoso prato típico Carneiro no Buraco  devido sua importância na região ganhou a Festa Nacional de Carneiro no Buraco e está em sua 17º edição. A região de Campo Mourão fica bordeada por uma bela transição de florestas de Araucária e Mata Atlântica.



 
Os principais atrativos  são a Catedral de São José inaugurada em 1968, está localizada na praça Getúlio Vargas. Outra boa opção de passeio é a Estação Ecológica do Cerrado e o Parque Estadual Lago Azul aberto a prática de esportes náuticos.


Catedral São José
Praça Getúlio Vargas
Hotéis:
Lisot Hotel 

Recomendo:
Restaurante Cantina Di Colli
localizado Av. Irmãos Pereira, 2231
(44) 3525-3541
Horário: 3ª/sáb 11h30/13h30, 19h30/22h, dom 11h30/13h30

Maringá, Maringá ...


  Esta só conhecia por versos e canções, ouvi falar de suas belas árvores nas ruas e explosões de cores na primavera é a cidade que remete saudade sem nunca ter estado lá.



 A cidade de Maringá realmente é tudo isso e não foi apenas um olhar em 24 horas, são estatísticas positivas que faz desta cidade a nova "menina dos olhos" do Paraná. Étnica é formada por vários raças destacando-se a influencia dos imigrantes japoneses. A cidade também é pólo de moda do Sul do país. Ruas largas, limpas e canteiros bem cuidados foram algumas observações. 
 
O cartão postal da cidade é a Catedral de Maringá. A catedral é a mais alta da América Latina em forma cônica é uma bela estrutura, foi projetada pelo arquiteto José Bellucci. Só o cone possui uma altura de 114 metros e sustenta uma cruz de 10 metros.  Sua pedra fundamental foi tirada da Basílica de São Pedro no Vaticano.
Catedral de Maringá by Bruce Bell

O Parque Ingá é um amplo refúgio verde localizado no centro da cidade, foi instituído como Reserva Florestal oficialmente em 1991. Além da área verde o parque tem área de lazer para crianças, um mini zoológico, pista de cooper, lanchonete e um belo jardim imperial japonês feito em homenagem a visita do Príncipe Akihito e sua esposa Michiko.

 
 
Come-se bem e compra-se muito bem em Maringá! 

  Isto é um fato! A cidade dispõe de bons restaurantes e altíssimo padrão, que servem boa comida, em ambientes limpos, bom atendimento e decoração cativante. Almoçamos uma bela picanha no Restaurante Silvan Cult recomendado pela Sílvia do Matraqueando. Testado e aprovado ! 
 
       
  E depois corremos pra tomar um café expresso e pegar uma fatia de pecan pie em uma bela confeitaria logo ao lado: A Chocolataria. Nessa altura só o Bruce conseguiu dar conta dos doces. 
  
Na zona 1 (centro) da cidade além das lojas de ruas, há bastante shoppings. E meninas não esqueçam é uma cidade pólo de moda. Encontrei grande variedades de marcas, estilos de roupas não convencionais, é pra agradar dos gregos aos troianos. Super recomendo a Brishi uma lojinha super fofa, com atendimento excelente localizada na Rua Arthur Thomaz 154 no Centro.  

De volta para casa

 


Os dias andando pelo Paraná foram incríveis. Voltei para Curitiba com a cena romântica de vida  no interior. Mas talvez a vida no campo não seja tão bela assim por causa da falta de políticas públicas para a grande maiorias das cidades. Enquanto isso vou continuar sonhando e quem sabe um dia eu ato minha rede, vou trabalhar na terra e cuidar dos meus cavalos.  



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