22 de fev. de 2011

Uma reflexão sobre turismo "consciente"


Foto: Rebeca Oliveira

"As melhores viagens têm o poder de modificar nossa maneira de ver o mundo".  (PubliFolha, 2009)

A muito tempo venho pensando no prazer de viajar, o quanto nos divertimos, aprendemos e trazemos nossas bagagens sempre cheias. Cheias não somente de bens materiais mas cheia de valores, alegrias e porque não até mesmo tristezas. Mesmo que nossas viagens sejam curtas e que não precisemos atravessar o mundo, sempre iremos ultrapassar fronteiras culturais, econômicas e sociais.



Viajar na minha concepção faz parte de bem 
estar e qualidade de vida. Qualidade de vida essa que varia de indivíduo para indivíduo. Certa vez ouvi da palestrante  Cara Mayumi que dizia: "Meu bem estar, depende do bem estar do outro". Não dar mais pra pensar em um universo onde só exista o "eu" e é baseado nisso que fiz algumas reflexões para uma viagem onde você não traz apenas uma bagagem cheia para você e sim deixa um pouco de você por onde passar.



Escolha do destino

A  ideia do turismo responsável começa desde a primeira fase de planejamento que é a escolha do destino. Minha wishlist é extensa, e é sempre difícil definir qual o próximo destino. Ao iniciar sua busca, procure bastante informações sobre o local, não apenas informações dos pontos turísticos mais badalados e famosos, mas sobre a tradição, cultura local, hábitos alimentares e política.  Sim política é algo que geralmente não queremos no envolver, e talvez até pensamos o que tem a ver a política de determinado país com minha viagem ... Mas sabemos que ainda há muitos lugares que o "incentivo" ao turismo tem segundas intenções. Muitos países onde o regime de governo é ditatorial, convertem a entrada de dinheiro no país para financiamento de armamento e fortalecimento do governo, como é o caso de alguma micro ilhas espalhadas no Pacífico. É bom está atento a detalhes como este pois indiretamente estamos fortalecendo este tipo de regime cruel, mesmo sem intenção alguma.


Cultura


Quanto a questão cultural, há uma linha muito tênue que separa o interessante do estranho. Mas é sempre bom lembrar do famoso ditado "respeito é bom e eu gosto".  Sempre tem novidades que queremos experimentar e em alguns casos seja até deselegante negar ... mas também precisamos ser razoáveis. É claro que você não vai pra Amazônia por exemplo no meio da floresta e aceitar o primeiro "tapuro" de frutos e comer ( Minha sogra fez isso e quase não chega no meu casamento!)  mas você pode encontrar a melhor forma de recusar sem ofender a população local.


Fotos

Eu adoro tirar muitas fotos, são as melhores lembranças das minhas viagens. Mas sempre me pergunto se devo sair tirando fotos de pessoas nas ruas, na dúvida é sempre bom pensar duas vezes antes de capturar a imagem e expor alguém ao ridículo. As vezes fico constrangida quando vejo a miséria sendo explorada de forma indiscriminada pelas câmeras e divulgadas mundo afora. É acho que este assunto talvez seja o mais complicado a falar ... 

Souvernis/ lembrancinhas

Hoje em dia onde formos vamos nos deparar com grandes empresas instaladas em pequenas cidades que ameaçam o comércio local, vendendo produtos muito baratos que provém  muitas vezes de mão-de-obra desvalorizada, ou até mesmo produtos feitos em países asiáticos como se fosse uma lembrança local. Dê preferências para produtos feitos na região, que incentivam os talentos locais  e que o dinheiro vai permanecer na comunidade gerando renda pra população.

Responsabilidade Ambiental
Uma questão que poucos estão atentos no turismo é a questão ambiental. Não há um apelo   ao cuidado que se deve ter com materiais biológicos. Se você é daquele que adora levar pra casa uma florzinha, sementes, frutos, pedras enfim  ...  fique atento pois estes itens carregam bactérias, pequenos insetos e fora do seu habitat natural pode torna-se praga.  Um dos países que mais sofre com espécies invasoras e pestes é a Austrália que há anos vêm lutando contra isso, por isso se você pensa em viajar até lá evite levar estes tipos de itens que ficarão retidos com absoluta certeza.  E espécies que não estão em seu habitat natural pode tornar-se uma grande dor de cabeça. Quanto ao lixo gerado, acho que nem precisa lembrar onde estes devem ser colocados, né?


Ahh! não, eu não sou ecochata ;)




** Se você ficou interessado em um jeito responsável  de viajar fica a dica do livro Guia de Viagens Ecológicas: lugares incríveis, experiências verdes. São Paulo: Publifolha, 2009.





E pra você o que é turismo consciente?






Um comentário:

  1. Raquel, vc é muitíssimo chique!
    só vc mesmo pra ter moral de dar dicas de viagens pra gente... quero ser assim como vc quando eu crescer! hehehe
    bjos

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